Estamos no meio de 2023, e já foram registrados mais de 3 milhões e meio de processos no Brasil. Grande parte desses processos é relacionada à área consumerista.

Nesse contexto, o Brasil lida com uma situação que agrava ainda mais seus problemas econômicos, que é o custo do litígio. O litígio implica em altos custos para as empresas, já que as despesas legais e indenizações por danos morais são recorrentes. Consequentemente, esses custos são repassados aos consumidores na forma de aumento do valor dos produtos e serviços. De forma cíclica, esse fato influencia na economia, uma vez que produtos e serviços mais caros tendem a frear o consumo.

E tem gente surfando nessa onda do ‘teve problema com uma empresa? Processa ela!’ Tem se tornado cada vez mais frequente o aparecimento de ‘profissionais’ que ‘vendem’ litígio, ou melhor, que incentivam as pessoas a ingressarem judicialmente contra empresas, porque sabem que o instituto da indenização por danos morais na área consumerista, infelizmente, está banalizado. Esses profissionais, na contramão da justiça, aproveitam esse caminho porque sabem que por ali o dinheiro é fácil!

Por outro lado, estão cada vez mais escassos os profissionais que atuam com viés conciliador, isto é, que ensinem, incentivem e busquem o diálogo construtivo com o objetivo de promover os interesses de ambas as partes e solucionar o problema de forma justa e amigável.

É preciso muito trabalho para mudar esse cenário. As companhias devem buscar profissionais sérios e comprometidos com o desenvolvimento do bom relacionamento entre empresa e consumidor, que saibam orientar e trabalhar preventivamente em prol da garantia dos direitos consumeristas e de evitar conflitos. É necessário, também, que estes profissionais sejam capazes de mediar os conflitos quando eles forem inevitáveis e solucioná-los da melhor maneira para ambos os lados e que, em último caso, quando isso for a medida necessária, saibam usar as ferramentas disponíveis para fazer valer os direitos da empresa frente ao ‘mercado’ das indenizações por danos morais. Somente esses podem salvar as empresas desse mal e colaborar contra a má influência desse fato na economia do país.